quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Piratas Lésbicas: Anne Bonny e Mary Read - III

Mulheres Infames

Apesar desta suposta descoberta do verdadeiro sexo de "Mark", Anne e Mary (a quem parou de chamar a si mesma de "Mark"), ficaram inseparáveis, e ambas alternavam-se em vestir roupas masculinas e femininas. No devido tempo pegaram o comando de outro navio, e os navios-de-guerra foram enviados para capturar "aquelas mulheres infames."

Navio de Anne Bonny e Mary Read


Elas abandonaram todo cuidado e invadiram numerosos navios. E uma das vítimas de seus atos de pirataria foi a rainha real, numa embarcação de propriedade de um antigo amante de Anne,Chidley Bayard, e comandada por um tal capitão Hudson. Nesta ocasião Anne seduziu Hudson e trouxeu-o a bordo de seu navio, drogou-o com seu vinho ao invés de dormir com ele, e espalhou secretamente os gatilhos dos pinos de acendimento dos canhões com água. Ela deixou-o na manhã seguinte, e então retornou a seus piratas. Os pistoleiros da rainha real foram incapazes de abrir o fogo e foram capturados fácilmente. Somente o capitão Hudson foi morto, de outra maneira não haveria derramamento de sangue, isso por ciúmes de Mary. Finalmente Anne e Mary foram capturados pelo capitão Barnet. No calor desta batalha final seu grupo as abandonou, ficando todos eles debaixo do deck do navio e recusando-se a lutar (rs). Assim Mary disparou em dois de seus próprios homens, e feriu Calico. Mas isto deu uma hora a mais para que o grupo inteiro de Barnet pudesse subjulgar as duas mulheres. Elas e seu grupo pirata foram trazidos à julgamento em St Jago de la Vega, na Jamaica, e culpados por pirataria em 28 de novembro de 1720, e sentenciados à forca. Anne e Mary rapidamente "defenderam suas barrigas" e foram perdoadas (rs). Este era um pedido comum entre mulheres sentenciadas à morte, a ponto que nenhuma corte enforcaria a vida de um inocente embora estivesse por nascer - apesar de nenhuma das duas estivessem realmente grávidas(rs). Anne visitou o Calico antes que fosse enforcado, e dito "estou triste por ver você nessa situação, mas se vc tivesse tenho lutado como um homem não teria que agora morrer como um cão." Mary morreu de uma febre contraída na prisão, e Anne apenas desapareceu.


Moeda Cunhada em homenagem a Anne Bonny


Uma história improvável é que casou-se e retornou a Charleston - onde ela ainda deveria estar sendo procurada incêndio culposo, tentado parricida e conspiração à autoridade do rei.

Moeda Cunhada em homenagem a Mary Read


Uma história ainda mais improvável é que entrou em um convento de freiras. A literatura pirata não é anotada com exatidão, e nunca houve toda uma completa pesquisa sobre as vidas de Anne Bonny e de Mary Read. Suas histórias, como aquela de todos os piratas, foi tratada como um pregador sobre a qual a imaginação burguesa pode enforcar seu desejo de mobilidade, conseguir de modo ilegal lucro e dependência romântica. E como toda história de alta aventura, essa vem em versões extensamente diferentes, de acordo com o capricho do historiador ou novelista ou autor dramático. Como Steve Gooch disse, "todo local tem uma história e um mito e dependem do que você quer fazer com dele." A história que eu contei acima parece ser a mais exata que nós pudemos recolher dos documentos mais originais da época. A evidência de sua homossexualidade não é assim bem defenido como nós pudemos desejar, e a maioria eram bisexual, assim o termo "lésbicas" não é estritamente exato. Algumas histórias mais ou menos substanciadas declaram que ambas as mulheres foram criadas com roupas de menino, e que havia uma sub-cultura gay prosperando em New Providence; homens homosexuais certamente fugiram de perseguições em lugares tais como Amsterdam, e podem ter ido parar em New Providence.

Em todo o caso, nós devemos levar em consideração o comportamento com seus amantes masculinos, e como crianças, com seu divertimento óbvio em vestir-se com roupas masculinas, e no fato que agiram juntas como um casal e obviamente amarem uma a outra; assim a evidência sugere que devem ser relevantes para qualquer história de experiência lésbica.

O episódio em que Calico Jack descobre as duas juntas na cabine, com pelo menos uma delas na cama sem roupas, tornou-se mais preocupante para os historiadores (heterosexuais) que deviam ter visto algo nisso ! Sobretudo, é impar que as únicas duas piratas mulheres nos registros da históricos deviam ter terminado juntas, e nós não podemos levemente admitir seu amor óbvio um pela outra. Elas são essencialmente um casal e é impossível ignorar totalmente o ambiente lésbico de seu relacionamento.


Fim da Série.

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Piratas Lésbicas: Anne Bonny e Mary Read - II

"Mark" Read

Se eventualmente seu grupo decidiu aceitar o perdão, que foi feito mais fácilmente por Rogers do que obter um perdão especial para Anne, assim eles finalmente retornaram a New Providence pacificamente. Lá Anne encontrou-se com Mary Read - que usava o pseudônimo de "Mark" Read. A mãe de Mary há muito tempo atrás, na Inglaterra, vestia sua filha como um menino e fingindo assim que era seu filho com Mark, a fim assegurar a herança dos avós paternos de Mary, que era reservado para o menino. Mary veio eventualmente preferir tanto seu papel masculino que sua mãe deserdou-a. Ela então tornou-se aprendiz de sapateiro, foi então que ela fugiu para juntar-se ao exército como um soldado. Ela casou com um soldado e juntos abriram três ferroarias (ferraduras para cavalos). Mas após três anos, seu marido morreu e ferrroarias faliram, assim ela novamente voltou a vestir roupas de homem e passou a assinar com um mercador holandês chamado Mark Read. O navio em que estava foi capturado por piratas ingleses, a quem ela convenceu se juntar, logo depois foi-lhe dado o perdão em New Providence e encontrou-se com Anne Bonny.

Aproximadamente nesta época Anne e Mary onde já travaram rapidamente uma amizade - o marido de Bonny, James, reapareceu reclamando sua esposa, isto é, sua propriedade. Ele a sequestrou e trouxe-a amarrada e nua diante do governador, acusando-a de felonia (crime sério, como assassinato ou incêncio) e de abandonar seu marido. Ele sugeriu o "divórcio pelo leilão", uma punição mais indulgente, esperando lucrar com rendimentos de tal ação. Mas Anne recusou ser, como ela mesma disse, “comprada e vendida como um porco ou o gado”; de fato ela mesma expressou veementemente que nenhum comprador ousou diantar-se reivindicar tal "hellcat" (uma senhora com temperamento feroz).


Anne Bonny e Mary Read (Biblioteca Pública de Nova York)


O governador foi forçado a libertá-la na condição de que ela retornasse ao seu senhor legal, mas James, que somente queria o dinheiro, fugiu com medo da tempestade que tinha causado. Mary tinha persuadido Anne a não atirar no Governador. Mas ao invés disso, juntas, prepararam-se dentro da corveta a perseguição a James; ele escapou depois de uma perseguição agradável (sic), mas elas queimaram seu negócios com as tartarugas em terra. No devido tempo, o grupo pirata de Anne foi refeito, com Anne e “Mark” constantemente juntas a bordo do navio. Esta intimidade despertou o ciúme de Calico Jack, que ameaçou cortar a garganta de “Mark”, porém ele explodiu um dia na cabine com apenas isto em mente, foi quando descobriu Mary estendida na cama diante de Anne, não inteiramente vestida e visivelmente uma mulher. Alguns historiadores (homens) nos fizeram acreditar que somente minutos antes, Anne tinha rasgado as roupas de Mary, e ela mesma tinha descoberto o verdadeiro sexo de “Mark”. Isto é altamente improvável. As duas mulheres já tinham sido íntimas tempos atrás e por demasiado tempo - e compartilharam de um estilo de vida tão difícil que - não tinha como não ter estado familiarizadas inteiramente uma com o sexo da outra. (E mesmo Mary se fingindo ser um homem, certamente Pierre (o amigo gay de Anne) teria descoberto a verdade há muito tempo atrás). O fato de retirar do episódio as partes consideradas incedentes (bowdlerization) e as tentativas de "explicar isso de outro modo" são típicos de como este par ousado é tratado ; Anne Bonny freqüentemente aparece na literatura para crianças - e em algumas caixas de cereais do tipo Shredded Wheat - onde ela é convencionalmente parecida e "normalizada" ao ser retratada como meramente uma senhora de um capitão pirata, ao invés da líder que ela realmente era.

Anne, Mary e Calico


Continua....

domingo, 12 de novembro de 2006

Transpiração

"Pois toda essa beleza que ti veste ...
...vem do meu coração que transpira.
O meu bem é bem melhor que tudo posto."

(William Shakespeare)

O ciúme

"Só vigia um ponto negro: o meu ciúme.
O ciúme lançou sua flecha preta.
Sobre toda estrada, sobre toda sala.
Paira, monstruosa, a sombra do ciúme."

(Caetano)

Piratas Lésbicas: Anne Bonny e Mary Read - I

Iniciando a série "Personagens Lésbicas Históricas", vou falar sobre Anne Bonny e Mary Read.
Século 18, 1720, duas piratas sendo julgadas por pilhagem em alto mar. Acreditem, existiram.
Deliciem-se com suas estórias verídicas e percebam que estamos no século 18, onde a mulher só era permitido abaixar a cabeça, falar somente o necessário e era propriedade e posse de seus pais e depois eram "repassadas" para seus maridos.
Coragem demais para a época. Leiam e tirem suas conclusões.

A História de Anne Bonny e Mary Read

"Nosso conhecimento histórico destas duas mulheres é baseado principalmente na descrição feita pelo capitão Charles Johnson (provavelmente um pseudônimo para Daniel Defoe) em "A General History of the Robberies and Murders of the Most Notorious Pirates", publicado em 1724 logo depois que Anne e Mary foram trazidas à julgamento por pirataria em mar aberto.

Capitão Charles Johnson ou "Daniel Defoe"


Primeiramente vamos ouvir Anne Bonny, nascida Anne Cormac, em 1697 ou 1705 (existem dúvidas sobre sua data de nascimento), na cidade de Corn, na Irlanda, e foi criada até os treze anos de idade no Porto de Charleston, na Carolina sul, no mundo novo da pré-Independência. Embora a filha de um rico advogado e de um proprietário de plantações, seu cabelo vermelho era cortado curto, sua cara era suja, e seus hábitos eram brutos. Conforme uma das notas do historiador, Anne "cresceu amarrada, e era menima exaltada, de um temperamento feroz e corajoso" que mais de uma vez lhe deixou em situação complicada e dolorosa, como quando ela matou sua empregada doméstica inglesa com uma faca. Mas aparte dos ataques ocasionais de seu temperamento era uma filha boa e obediente.

É difícil separar a lenda dos fatos sobre a vida de Anne Bonny. A única coisa que podemos ter certeza é que Anne Bonny era uma mulher forte e independente, e que estava à frente do seu tempo. Século 18, quando ainda era época que o homem tomava todas as decisões importantes, e época em que as mulheres não tinham direitos. Neste mundo masculino, era difícil para Anne Bonny tornar-se um membro da equipe e respeitada pirata.

A idade exata do nascimento de Anne não é conhecida, porém a maioria dos historiadores acham que ela nasceu em Kinsale, Condado de Cork, na Irlanda em 1697. Ela era filha ilegítima do um advogado William Cormac e de sua empregada, Mary Brennan. A esposa de William fez de seu adultério público, assim depois de perder sua reputação, William com sua nova esposa e filha recém-nascida decidiu deixar a Irlanda e iniciar sua carreira de advogado novamente. Eles compraram uma plantação.

Depois de perder sua mãe quando ainda era adolescente, Anne foi tomada conta pela empregada doméstica. Existem muitas estórias sobre seus 10 anos de idade; alguns dizem que Anne assassinou a empregada com uma faca, e existem outras que dizem sobre um homem jovem que ela colocou no hospital por diversas semanas, depois de sua tentativa fracassada de agressão sexual contra Anne.


Anne Bonny

Aproximadamente cinco anos mais tarde, nós vimos novamente Anne, vista freqüentando os tavernas do porto, acompanhada de vários bucaneiros, e existem histórias que um pretendente foi hospitalizado por um mês depois que ela bateu uma cadeira em cima dele. E uma certa vez, usou sua espada para publicamente despir seu mestre-de-esgrima, botão por botão.(rs)

Gravura da época retratando Anne Bonny


Seu pai deserdou-a quando ela fugiu com o amante James Bonny; por vingança, ela queimou sua plantação, em seguida fugiu para a Britânia, um porto controlado de New Providence (a atual capital Nassau das Bahamas), uma enseada para piratas como Blackbeard e Capitão Kidd. Logo em sua chegada, ela estabeleceu-se rapidamente atirando na orelha de um marinheiro bêbado que só tinha uma orelha (rsss) e que a impediu que desembarcasse. Então, num curto espaço de tempo, ela descartou seu marido, e foi viver com o pirata Capitão Jennings e sua amante Meg. Foi aconselhada a conseguir alguma proteção masculina (afinal estamos no Século XVIII), e então transformou-se na amante de um tal "Chidley Bayard", o homem mais rico da ilha. Mas finalmente, como era de se esperar, ela abandonou Bayard pelo pirata John "Calico Jack" Rackham, chamado assim por causa das grandes listras de cima abaixo em suas calças de patchwork que vestia. Embora tivessem tido um filho, essa criança desapareceu misteriosamente, e foi sugerido que Calico Jack fosse a New Providence como seu amante como também oficial responsável pelo Capitão Vane.

Anne Bonny retratada hoje


Outros amigos homens de Anne eram com certeza gays - como por exemplo, Pierre Bouspeut (chamado às vezes de Pierre Delvin ou Peter Bosket, ou simplesmente "Pierre, o pirata homossexual") - que trabalhou numa loja de café, trajando um vestido, porque ele era um designer de roupas finas de veludo e de seda. A dupla, Anne e Pierre conseguiram a palavra de um rico mercador francês de carregar os materiais caros em seu navio, e juntos organizaram seu primeiro ataque. Com a ajuda de alguns amigos de Pierre, eles roubaram um barco abandonado no porto, e cobriram generosamente as velas da embarcação, a plataforma e eles mesmos com sangue da tartaruga. No convés colocaram manequins do fabricante do vestido de Pierre, vestiram-se com roupas de mulheres e espirraram sangue neles. Anne supervisonou esse pesadelo com um machado embebido de sangue, e eles remaram até o navio mercante. Quando o grupo do navio mercante avistou o aquele navio "demoníaco" sob a luz da lua cheia, ficaram horrorizados e impedidos de reagir e entregaram a carga de sua embarcação sem que fosse necessário travar uma única luta. (rs)

Atos menos teatrais de pirataria eram naturalmente mais comuns no porto, e o capitão Woodes Rogers no devido tempo, tentou segurar o poder e a jurisdição em relação ao governo britânico conseguindo o perdão do Rei para todos seus piratas que se submeterem à reforma. Mas Anne recusou, sabendo que não poderia perdoar o tentativa de assassinato contra seu pai. Ela, Calico Jack e Pierre quebraram um bloqueio que Rogers havia posicionado no porto. Como ? Para este feito, Anne despiu-se da cintura para cima como um amazona, e vestiu calças de veludo preto desenhados por Pierre; com uma mão descansando sobre o punho de sua espada, e a outra acenando com um longo chale de seda para um governador aturdido e confuso, e desse jeito ela navegou "com tão bom gosto como qualquer fina senhora que está sendo avistada por uma viagem longa pelo oceano." Tão Logo ela estabeleceu sua posição a bordo no navio, disparando contra um marinheiro cujas as intenções tornaram-se ofensivas para ela. Embora oficialmente ela fosse a segunda no comando, após Calico, que era o capitão do navio, ela tirou-o dos aposentos destinados ao Capitão do navio, ficando lá sozinha.(rs)

Continua ...

sábado, 11 de novembro de 2006

Acho que o matamos !!!

A beleza é um acordo entre o conteúdo e a forma.

Poemas de Elizabeth Bishop sobre Lotta

"Por que será que quando estou em Roma ...
...daria tudo para estar em casa na redoma,
...mas se estou na minha terra americana ...
...minha alma deseja a cidade italiana?
E quando com você, meu amor, meu remédio,
fico espetacularmente cheia de tédio.
Mas se você se levantar e me deixar, grito para você voltar.
"

Anônimo de Ana Cristina Cesar

Anônimo
Ana Cristina Cesar

"Sou linda; quando no cinema você roça
o ombro em mim aquece, escorre, já não sei mais
quem desejo, que me assa viva, comendo
coalhada ou atenta ao buço deles, que ternura
inspira aquele gordo aqui, aquele outro ali, no
cinema é escuro e a tela não importa, só o lado,
o quente lateral, o mínimo pavio. A portadora deste
sabe onde me encontro até de olhos fechados;
falo pouco; encontre; esquina de Concentração com Difusão,
lado esquerdo de quem vem, jornal na mão, discreta.
"

Nina Simone

Soube agora há pouco que não tenho uma música de Nina, Crazy. Deram-me a notícia à queima roupa, sem que eu tivesse nem a chance de respirar e tomar fôlego.

Fôlego? Respiração? Hummmm....rs

A canção Don´t Explain diz tudo...

Don't Explain
Nina Simone

Hush now, don't explain
There aint nothin' to gain
Im glad that your back
Dont' explain

Quiet baby, dont explain
There is nothing to gain.
Skip back the lipstick
Don't explain.

You know that i love you
And what love endures
All my thoughts of you
For i'm so completley yours
Don't want to hear folks chatter
Cause i know you cheat
Right n' wrong don't matter
When your with me my sweet..

Hush now don't explain
Daon't you know your my joy and your my pain.
My life is yours love
Don't explain

All my thoughts of you, for i'm so completley yours.
I don't want to hear nobody chatter
Cause i know you cheat,
Right n' wrong don't matter
When your with me my sweet.

Hush now, don't explain
Your my joy, your my pain
My life is yours love
Don't explain.


quinta-feira, 9 de novembro de 2006

A Casa....

...dos Budas Ditosos. Bem, quem leu o livro sabe do que se trata seu conteúdo. Quem não leu, a oportunidade é essa. Aqui mesmo no blog tem um post com uma amostra do livro. E aí? Vai ler ?

Amar é uma decisão, não um sentimento.

Essa mensagem foi enviada por uma amiga de SP, Mauá, a Paula. E agradeço-a pelo carinho e delideza. Ah! E entendi o que quis dizer, Paula. Obrigado.

"Diz um conto chinês que um jovem foi visitar um sábio conselheiro e disse-lhe sobre as dúvidas que tinha a respeito de seus sentimentos por sua jovem e bela esposa. O sábio escutou-o, olhou-o nos olhos e disse-lhe apenas uma coisa:
Ame-a. E logo se calou.
Disse o rapaz: - Mas, ainda tenho dúvidas.
- Ame-a, disse-lhe novamente o sábio.
E diante do desconcerto do jovem, depois de um breve silêncio, o sábio disse-lhe o seguinte:

- Meu filho, amar é uma decisão, não um sentimento. Amar é dedicação. Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o amor. O amor é um exercício de jardinagem. Arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado porque haverá pragas, secas ou excessos de chuvas, mas nem por isso abandone o seu jardim. Ame, ou seja, aceite, valorize, respeite, dê afeto, ternura, admire e compreenda. Simplesmente: Ame!

"A inteligência sem amor, te faz perverso.
A justiça sem amor, te faz implacável.
A diplomacia sem amor, te faz hipócrita.
O êxito sem amor, te faz arrogante.
A riqueza sem amor, te faz avarento.
A docilidade sem amor, te faz servil.
A pobreza sem amor, te faz orgulhoso.
A beleza sem amor, te faz ridículo.
A autoridade sem amor, te faz tirano.
O trabalho sem amor, te faz escravo.
A simplicidade sem amor, te deprecia.
A lei sem amor, te escraviza.
A política sem amor, te deixa egoísta.
A vida sem AMOR, não tem sentido."


terça-feira, 4 de abril de 2006

O Zodíaco

Eu sinceramente não "acredito" nesse tal horóscopo. Quando me perguntam: "- Qual é o seu signo ?" Ai, sinto um frio na espinha, lá vem. Sou de opinião que nada pode ser pré-concebido, pré-conceituado, antecipadamente. Então, como posso avaliar alguém pelo seu "signo"? É no mínimo uma falácia, e das mais perigosas e injustas. Esquecemos os genótipos herdados ? Esquecemos os fenótipos adquiridos do meio onde se vive ? Um ser humano é o somatório de todos esses fatores. Senão, vejamos. Qual é o signo de Calígula ? Qual é o signo de Hitler ? Qual é o signo de Mussulini ? Qual é o signo de Saddam Hussein ? Qual é o signo de Jesus ? Qual é o signo de Madre Teresa de Calcutá? Então...

A probablidade da descrição da personalidade de um signo ser 100% análago a sua é improvável. Existem similaridades ? Existem, mas não são determinantes para que um pré-conceito seja formulado.

Mas, acreditar talvez não seja a palavra correta a ser colocada aqui, e sim constatar, que existam razões sobre um astro em especial. A Lua, nosso satélite. Pergunte a qualquer pescador quando ele irá ter peixes em abundância ? Ele irá dizer a você a exata fase lunar em que os peixes estão pululando na frente dele. A Lua influencia as mares. Temos institucionalizado a Tábua das Mares, baseada nas fases da Lua. Veja. Nosso planeta é feito de 70% de água. Habitamos não no planeta Terra e sim no planeta Água. Se a Lua influencia a Terra com sua enorme e estupenda massa de água, será que ela irá influenciar a cada um de nós que somos feitos da mesma proporção (coincidência ?) de 70% de água ???? Hum? Isso é Física. Isso é Astronomia, e não Astrologia.

Há tempos que conhecemos a expressão : "Ah ! Ele é lunático ! " ou "Hum... Ele é de Lua ! " ou "ihhh... Tá de Lua é ?!?! "A Lua age sobre o humor dos mentalmente incapazes. Através de exames, verificou-se que existem certos metais em valores desproporcionais no organismo de um psicótico ou um esquizofrênico, por exemplo. O meio onde esses metais atuam é? A água.
Bem, observem a Lua. Observem os ciclos das mares... observem a Natureza, e ela gentilmente irá lhe dar respostas a todas as suas perguntas.


Mas, sou a favor da liberdade de pensamento e expressão, independente de ser ou não a mesma da interlocutora, posto isso, disponibilizo as referências de cada um dos 12 signos do zodíaco :

ou


Obs.: Por observação própria, constatei que meu "signo" tem verdades e mentiras, e uma dessas mentiras é a inconstância. Meu signo ? Gêmeos.

segunda-feira, 3 de abril de 2006

Google

O presidente da maior potência, EUA, George W. Bush, de capacidade inquestionável(rs), está querendo investigar ou monitorar o banco de dados do maior search de busca do planeta atualmente, o Google, sob o pretexto de encontrar rastros terroristas (rs). Ele, Bush, tem interesses escusos. Disso ninguém duvida. Existe uma manipulação da mídia americana para mantê-lo para mais um mandato. Fazer o quê ? Todas as vezes que vejo algum noticiário, dou um desconto de 95%. 5% somente posso considerar como autêntico, verdadeiro. Então, o Google, tadinho, sutilmente respondeu. Como ? Assim:

1. abra o site do Google
2. escreva na caixa de texto : "failure" (com as aspas)
3. clique no botão ESTOU COM SORTE.

O que você verá é.... Biografia do Presidente George W. Bush.

Detalhe : failure traduzido é fracasso, falência, insucesso... ;)

Aqui nesse post tem ovo de páscoa. Ovo de páscoa ? O que é isso ? Ah! Coelhinho... hã...hã. Não, não é. Então, consulte o Google. Mas vou dar uma pista : CTRL + A. (rs)

Imagem = Mil palavras

Ligadas pelo Desejo

Ou Bound. Um filme dirigido por Larry e Andy Wachowski (os realizadores de Matrix). É a estória de Jennifer Tilly que faz a mulher do chefão da Máfia (Joe Pantoliano). E ela estava cansada de ser espancada pelo sujeitinho. Quando num belo dia, ela entra no elevador de seu prédio com seu marido e espancador, e encontra Gina Gershon, uma ex-presidiária. Elas se envolvem e ambas trocam juras de amor. Mas para conseguirem a liberdade, precisam armar um plano para matar o bandido e fugir com todo seu dinheiro. As cenas entre as duas são antológicas. Tanto é que a cena do beijo ardente entre as atrizes Jennifer Tilly (mundialmente conhecida como a 'noiva' do boneco assassino Chucky) e Gina Gershon foi indicado na categoria no MTV/Movie Awards. Confiram meninas.









"Em seu mundo, você não pode comprar a liberdade mas você pode roubá-la."

Pussy

O nome dela é Pussy. Ela é macia. Seus pêlos têm linearidade. E como toda gata, tem personalidade. Vontade própria. Anda com elegância. Acorda com alongamento. Enrosca-se na sua perna. Uma delícia. Como nada é perfeito, ela vai onde quer. Seu olhar hipnotiza e não invariávelmente, costuma atravessar você. Insuportável essa gata.
Mas como viver sem ela ? Hum ?

domingo, 2 de abril de 2006

Medo de amar nº 2

Quando ouvi essa música de Sueli Costa e Tite de Lemos na voz de Simone, fiquei sem saber exatamente o que pensar. A música foi feita para ela ou ela foi feita para a música. Difícil, não é ? A partir desse dia, fiz questão de esquecer as regras estabelecidas, e olhando minha vida presa ali, senti-me cansada. Irremediávelmente. Nesse momento a escolha foi feita, para alguns anos mais tarde se concretizar. Escolhas ? Ou complementos ?

Medo de amar nº 2
(Sueli Costa e Tite de Lemos)

"você me deixa um pouco tonta
assim meio maluca
quando me conta essas tolices e segredos
e me beija na testa, e me morde na boca
e me lambe na nuca
você me deixa surda e cega
você me desgoverna
quando me pega assim
nos flancos e nas pernas
como fosse o meu dono
ou então meu amigo
ou senão meu escravo

e eu sinto o corpo mole
e eu quase que faleço
quando você me bole e bole
e mexe e mexe
e me bate na cara
e me dobra os joelhos
e me vira a cabeça

mas eu não sei se quero ou se não quero
esse insensato amor
que eu desconheço
e que nem sei se é falso ou se é sincero
que me despe e me vira pelo avesso

não eu não sei se gosto ou se não gosto
de sentir o que eu sinto
e que me atormenta
e eu confesso que tremo desse sentimento
que de repente chega
e que me ataca
e assim me faz perder-me
e nem saber se esses carinhos
são suaves ou velozes
se o que escuto é o silêncio
ou se ouço vozes..."

Quase um segundo...

Somente ontem fui me dar conta ... existe. Relaxei...

Quase um segundo
(Cazuza)

"Eu queria ver no escuro no mundo. Onde está o que vc quer. Prá me transformar no que te agrada... No que me faça ver. Quais são as cores e as coisas prá ter prender. Eu tive um sonho ruim e acordei chorando, por isso eu te ligue.Será que vc ainda pensa em mim. Será que vc ainda pensa em mim. Ás vezes te odeio por quase um segundo... Depois te amo mais. Teus pêlos.. teu gosto... teu rosto. Tudo... Tudo.... que não me deixa em paz. Quais são as cores, e as coisas prá te prender. Eu tive um sonho ruim e acordei chorando por isso eu te ligue. Será que vc ainda pensa em mim. Será que vc ainda pensa em mim."

Download da música em MP3.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

Curta de uma mãe maravilhosa ...

Após muito viajar por aí, cheguei a esse blog que tive a grata surpresa de ver o link de um curta feito pela mãe da autora do blog, que não por acaso é lésbica. Recomendo a vocês assistirem o vídeo. É muito... muito legal . É bom saber e ver que existam pessoas como a Dona Walquíria. Com uma atuação impecável, falando de sua filha de maneira tranquila e sem neuras. Ah ! As flores abaixo são óbviamente para ela.

Aqui vai a ficha técnica do curta-metragem:

Título: Mãe de Lesbos

Sinopse: Uma das filhas da assistente social aposentada e taróloga Walkíria Rosário assume o lesbianismo. A mãe passa a sair às ruas em prol dos direitos gays. Clique duas vezes na telinha para ver em tela grande.

Exib. online: 774 Direção: Marcelo de Trói
Gênero:Documentário Formato: Vídeo (MiniDV)
Ano Produção: 2003 Origem: BA
Coloração: Cor Duração: 5 min e seg
Produtora: Produção Independente

Aqui o link do vídeo...

E não deixem de ver porque é muito bom !

Para Dona Walquíria...

quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

A Parte Cheia do Cálice Chamado Brasil

O VERDADEIRO BRASIL QUE POUCOS CONHECEM.

Obs: o texto é grande mas vale a pena...

"Afinal que Brasil é este? O que está realmente acontecendo com o Brasil ? Afinal, por que estão as maiores empresas americanas e européias afirmando que seu maior portfólio de investimentos para os próximos 10-15 anos será nesta região do mundo? Será que viraram devotos de N.S.Aparecida do dia para à noite ? Acredito que seja o momento de passarmos de uma consciência ingênua para uma consciência crítica sobre o momento atual brasileiro. Nos corredores do Fórum Econômico Mundial em Dados, os Ministros e autoridades declaravam sua intenção de investir no Brasil nos próximos anos, o que nunca haviam pensado. Afinal que mercado é este ?

Vejo dados confusos sobre o Brasil. Os jornais mostram a desgraça, o estupro, as balas perdidas... E esse pessoal continua vindo para o Brasil?

As empresas espanholas e portuguesas acabam sendo maiores aqui do que na própria Espanha e Portugal e assim por diante. Acho que está na hora de explicar ao Brasil com dados - dados de pesquisa - dados sérios, em vez do "chutômetro" aplicado a todo o momento para nos confundir. Um exemplo digno e o divulgado em abril do ano passado, nos 500 anos do Brasil. Todos os jornais estamparam para o mundo todo que éramos cinco milhões de índios no Brasil em 1500. Ora, se há dúvidas de quantas pessoas exatamente vieram nas Caravelas em 1500, como é que sabemos que éramos cinco milhões de índios em 1500 no Brasil ? Quem contou ? Qual o IBGE da época ou GPS que mediu o cinco Milhões ? Algum louco, com base em especulações referentes à mortalidade infringida pelos espanhóis no México, chegou à conclusão absolutamente absurda de que éramos cinco milhões e isso virou "verdade" !?!?! E assim,logo dizemos que temos 120.000 desabrigados nas ruas de São Paulo, 45 milhões de miseráveis, etc., etc.

Até quando seremos obrigados a engolir essas verdadeiras barbaridades?

Para passarmos de uma consciência ingênua para uma consciência critica e compreendermos o que está acontecendo, temos que saber que o mundo tem o que chama-se de "mercados maduros". "Mercado maduro" é o mercado em que o Crescimento do consumo é equivalente ao incremento vegetativo da população - ou seja - se a população cresce aumenta o consumo. Se não cresce o consumo continua estático. Assim, o consumo de cerveja nos EUA, por exemplo, cresceu 2% acumulado nos últimos cinco anos e deverá crescer apenas 2% nos próximos cinco anos. No Japão, 35 prefeituras exigem um atestado que diga que você tem onde colocar seu carro para que um concessionário possa vender um automóvel novo a você - problema de espaço vital. O consumo de biscoitos na Inglaterra não cresce há dez anos. Esses mercados maduros - EUA, Europa e o Japão - onde se encontram as empresas igualmente maduras - IBM, Toyota,Eletrolux, etc. - precisam de mercados emergentes - onde o crescimento do consumo seja maior do que o incremento vegetativo da população. Quais são esses maiores mercados hoje no mundo ? Brasil, Índia e China.

Mas não nos iludamos muito com a China. A China tem 76% de sua população em campesinato. A Índia 72% e o Brasil apenas 22%.

Assim, os países prontos para consumir produtos ocidentais de alguma tecnologia que não seja bicicleta, alfanje, etc... é o Brasil e por extensão o Mercosul. Por isso estão todos aqui, e querendo investir mais e mais aqui ! O mercado brasileiro, segundo dados da Nielsen cresceu nos últimos cinco anos:

Observação: Os dados abaixo assinalados com asteriscos têm como fonte
ACNielsen

* 859% em fraldas descartáveis
* 369% em mistura para bolos
* 310% em alimentos para gatos
* 282% em leite flavorizado
* 273% em alimentos para cães
* 219% em leite longa vida
* 201% em massas instantâneas
* 176% em cereais matinais
* 116% em carnes congeladas
* 81% em água mineral

O Brasil é hoje um mercado que apresenta alguns dados impressionantes:
* 1,3 milhão de lavadoras de roupa * 82% mais que no Canadá
* 4o. Maior mercado do mundo
* 8,02 trilhões de litros de refrigerantes *343% mais que no Canadá
* 3o. Maior mercado do mundo
* US$1,3 bilhão em alimentos "diet" ou "light”;
* US$100 milhões em 1990
* US$6 bilhões em 2010
* 63,4 mil toneladas de creme dental *456% mais que na Itália
* 51,4 mil títulos de livros
* 12% mais que a Itália * US$1,2 bilhão em CD’s
* 5o. Maior mercado fonográfico do mundo
* 681,9 mil toneladas de biscoito * 27% mais que o Japão
* 2o.Maior mercado do mundo
* 3 milhões de geladeiras
* 66% maior que o Reino Unido
* 4o.Maior mercado do mundo
* 11 milhões de usuários da Internet
* 95% das declarações de IR foram enviadas via Internet,
* 40% do total na América Latina e o dobro do México.

É importante que saibamos que somente a chamada classe média e emergente no Brasil hoje representa 35 milhões de famílias:

(IBGE)

Assim, só a classe média e emergente no Brasil é :


* 8% maior que a população da Alemanha.
* Maior que a Republica Checa, Bélgica, Hungria, Portugal, Suécia, Áustria, Suíça, Finlândia, Dinamarca, Noruega, Irlanda, Nova Zelândia, Luxemburgo e Islândia juntos.
* É maior que a Franca e Canadá juntos.
* Equivale a um terço da população dos Estados Unidos.
* Equivale a 72% da população do Japão.

Nós também não temos consciência de que o Brasil representa 42% do PIB da América Latina incluindo o México, e seu PIB representa 13,3% do PIB total dos países em desenvolvimento, incluindo a China. E que:

* Todo o PIB da Argentina * Equivale ao Interior do Estado de São Paulo
* Todo o PIB do Chile. * Equivale ao Grande Campinas (Ernest & Young)
* Todo o PIB do Uruguai. * Equivale ao bairro de Santo Amaro em São Paulo

É preciso compreender que as empresas multinacionais estão investindo aqui porque o Brasil é o 5º país do mundo em poder de compra com mais de US$1 trilhão de dólares em
Purchasing Power Parity ou Igualdade de Poder de Compra. Hoje o ranking é:

* EUA, China, Japão, Alemanha e Brasil.

Pense nisso. Passe de uma consciência ingênua para uma consciência crítica a respeito do Brasil. Se somos 33 milhões de pobres, somos também 120 Milhões de "não-pobres"; e isso quer dizer muita coisa num mundo de Mercados Maduros. E, acredite, dentro de mais alguns anos - 3 ou 4 - teremos no Brasil juros internacionais. Isso significa que poderemos ir ao Banco para que ele financie o nosso crescimento a juros decentes de 10-12% ao ano e não ao mês. Como a empresa brasileira é a mais "liquida" do mundo (não deve muito a bancos - pois se dever, quebra), o crescimento será Exponencial, uma vez que todas as pesquisas mundiais mostram ser o brasileiro o mais "empreendedor" dos povos. E juros internacionais também farão com que o consumidor brasileiro possa consumir mais, dever mais, criando um círculo vicioso de crescimento do mercado. Dai a razão de todos os bancos internacionais estarem comprando ou expandido suas ações de varejo no Brasil. Agora é o momento de acreditar e investir, lembrando que o futuro do Brasil é maior que o seu passado. O Brasil é um cálice de vinho com metade cheia e metade vazia. Mas é importante não vermos só a parte vazia desse cálice. Ela existe e é grave. Mas existe uma parte cheia que está atraindo a atenção do mundo inteiro. Pense nisso, e repasse. Valorize o nosso Pais !

Temos que ter muita fé, mas uma fé Pura e Verdadeira ...
Disse Deus a todos nós : "O Poder é todo seu .. Vai ... CREIA."

Se nós que temos filhos, irmão, pai, mãe e amigos ficamos triste quando eles estão passando fome, desanimados, desempregados, etc... e ... assim fica Deus conosco, Triste com o nosso desânimo e derrotas, nos fomos feitos a sua imagem e semelhança; não podemos fracassar e desanimar, nós temos poder para Tudo, só depende de nós mesmos.
"



terça-feira, 10 de janeiro de 2006

Flashback, Sônia Braga e suas calças “boca de sino”...

Na década de 70, criança que era, morava em uma vila de casas no bairro de Botafogo, na Rua São Clemente. Esta por sua vez, ficava em frente a Casa de Rui Barbosa. Ah ! Aqueles jardins. Conhecia todos aqueles laguinhos... árvores enormes. Os carros de Rui. Linda casa. Sua biblioteca. Tudo conhecia. Aquele cheirinho de livros antigos até hoje não esqueço. Engraçado como o sentido do olfato nos faz lembrar tantas e tantas cenas. É como um déjà vu. Em todo caso, era um ótimo lugar para uma criança da minha idade brincar horas e horas.

Mas tinha minha turminha, que eram meus vizinhos, lá da vila. Brincávamos após a chegada do colégio. E uma das minha amigas, morava ao lado de minha casa. Mas sua casa era diferente da minha. Percebi isso logo quando entrei pela primeira vez. Lá parecia que tudo era de improviso, mas não qualquer um. Não. Não. A estante era de tijolos envernizados. Tábuas cuidadosamente envernizadas. Com pedrinhas de todas as cores espalhadas. O sofá ? Não tinha sofá, como nas casas de meus amigos e mesmo minha. Pensava, "será que o pai dela não tem dinheiro para comprar um sofá?". Eram almofadas dispostas de maneira uniforme e simétrica, como na estante. E o cheiro ? Incenso no ar. Hoje sei. Mas foi a primeira vez que senti aquele aroma de alfazema. Lá pelas tantas, após brincarmos, pedi um copo de água para minha amiga. Ela me conduziu até a cozinha. Abriu a geladeira e vi. Existiam muitas frutas... e soja. Perguntei, "O que é isso ?". Ela disse, "É soja, um tipo de carne". Pensei, "Estranho, nunca vi ninguém comendo isso. Será que o pai dela não tem dinheiro para comprar carne? Tadinhos, eles devem ser pobres." Cheguei a ficar com pena. Conclusão de uma criança somente, mas muito observadora, por sinal. E meus amigos todos comiam carne. Como podia ? Foi quando vi seu pai. Olhei um pouco desconfiada, mas achei-o tão diferente, e bonito. Mas, como a estante, o sofá e a soja, era em tudo diferente dos pais de meus amigos. Ele tinha cabelos compridos. Barba longa. E sua blusa era uma espécie de bata. Achei estranho, mas contive-me, e não fiz perguntas inconvenientes sobre o pai para minha amiga. Por que ele era assim ou assado. Era criança, mas não tapada.

Um dia daqueles, brincávamos, e vi. Ela chegou na janela e disse :"- Luciana, abre a porta prá mim ?" Entrou. Os cabelos pretos até a cintura, todo uniforme. E usava as tais batas coloridas, como o pai de minha amiga. Maquiagem alguma no rosto. Seus olhos eram vivos, agitados. Falava rápido, e parava. Ouvia, com toda atenção. E sua voz alternava entre uma leveza e o contralto. Achei aquela mulher de uma beleza tão simples, ao mesmo tempo exótica, e inexorávelmente marcante. E, a partir desse dia, e sempre quando podia, ficava na janela de minha casa, após a chegada do colégio, para ver ela passar. Aquela janela, aquela hora, virou um ritual em minha vida. Ela vinha com suas calças de boca de sino, a bata colorida, os cabelos pretos soltos até a cintura, e sem maquiagem. O vento, às vezes, ajudava, levantando seu cabelo pelas pontas até o pescoço. Uma visão obrigatória para mim naqueles tempos.

Algum tempo depois, ela desapareceu. Simplesmente sumiu. Fiquei desolada. Triste mesmo. A vida continuou. Inclusive a social, com minha turminha, a brincadeiras, os jogos, e tudo. Quase tinha apagado da memória, quando, por mágica ou sei lá o quê, ela surgiu na televisão de minha casa, como a professora Ana Maria do seriado Vila Sésamo criado por Naum Alves de Souza. Quando olhei, esfreguei os olhos, e custei mesmo acreditar. Como pode, ela há pouco tempo estar aqui, na vila, aqui do lado, e de repente aparecer na tv da sala lá de casa ? Fui saber, algum tempo depois que se tratava de Sônia Braga. Desse dia em diante, acompanhei sua trajetória. Existiam momentos que não queria vê-la. Não mesmo. Outros sim. Há pouco tempo, li que se submeteu a uma cirurgia plástica com o Dr. Ivo Pitangy. Sei lá porque, mas não consegui vê-la como está, e sim como era, na época em que usava calças boca de sino.


Vila Sésamo

Armando Bogus (Juca), Aracy Balabanian (Gabriela), Sônia Braga (professora Ana Maria), Manoel Inocêncio (Seu Almeida), Flávio Galvão (Antônio), e os bonecos Garibaldo (Laerte Morrone) e Gugu (Roberto Oresco) criados por Naum Alves de Souza.

E como os aromas transportam, também os sons. Sueli Costa com sua linda canção "Coração Ateu" era tema de uma das personagens da novela "Gabriela, Cravo e Canela" em que ela é a protagonista. Mas deliberadamente, apossei-me dela para a lembrança de Sônia.




Coração Ateu (Sueli Costa)

"O meu coração ateu quase acreditou
Na sua mão que não passou de um leve adeus
Breve pássaro pousado em minha mão
Bateu asas e voou
Meu coração por certo tempo passeou
Na madrugada procurando um jardim
Flor amarela, flor de uma longa espera
Logo meu coração ateu
Se falo em mim e não em ti
É que nesse momento
Já me despedi
Meu coração ateu
Não chora e não lembra
Parte e vai-se embora."

Mensagem subliminar

Só de sacanagem...

Viajando pela rede, vi este texto e percebi o quanto resume nossa cultura... Cultura ? (rs) Ainda somos ratinhos de laboratório sendo exaustivamente testados, manipulados e sacrificados. É a rede poderosa que diz o que vê deve ser nesse verão. O que você deve ouvir. O que você deve vestir. O que deve dizer, a nova gíria, e até por quem você deve sentir tesão. É o jornal que vende seus espaços, é a revista que vive de matéria paga, é, é, é. É necessário mencionar os senhores de Brasília? (rs) E assim caminha a humanidade... Mas até quando ?!?!

Ah, quem souber de quem é esse texto, peço que avise-me.


Só de sacanagem

"Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta a prova???
Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro, que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e de seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais...

Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, de minha mãe, minha avó e dos justos que os precederam: 'não roubarás', 'devolva o lápis do coleguinha!', 'esse apontador não é seu, meu filho'.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear, mais honesta ainda eu vou ficar, só de sacanagem.

Dirão: 'deixa de ser boba, desde Cabral, que aqui todo mundo rouba'.
Eu vou dizer: 'Não importa, será esse meu carnaval, vou confiar mais e outra vez'. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo, a gente consegue ser livre, ético e o escambau!
Dirão: 'É inútil, todo mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal'.
E eu direi: 'Não admito, minha esperança é imortal, e eu repito, ouviram?: I-M-O-R-T-A-L!'
Sei que não dá pra mudar o começo, mas se a gente quiser, vai dar pra mudar o final."

domingo, 8 de janeiro de 2006

Os budas de João...

Voltei a folhear o livro "A Casa dos Budas Ditosos" de João Ubaldo Ribeiro. O autor foi convidado pela Editora Objetiva para escrever sobre o pecado ou vício capital da luxúria. O terceiro daquela lista de 7.

Conta a estória de uma mulher de 68 anos, de iniciais CLB, nascida na Bahia e morando no Rio de Janeiro. Senhora essa que nunca renunciou a vida. E saboreou todas as facetas do sexo.

Mas ficou uma interrogação na cabeça do leitor. Seria mesmo verídica a estória ? Ou pura invenção do autor ? Se a dita CLB existe, é um fenômeno. Se João, o escritor foi além da definição de luxúria. Que seja um ou outro, o livro se desdobra em sensualidade e sexualidade. Detalhe: li em dois dias.

Aqui transcrevo uma pequeno trecho do livro, onde CLB seduz uma comissária de borda em Porto Seguro:

"Primeiro caso que me vem : Marina, a comissária de bordo. Prefiro muito dizer "aeromoça", mas parece que agora elas se ofendem quando são chamadas de aeromoças, deve ser porque a cada dia ficam mais aerovelhas. Hoje em dia tudo ofende e, como nós vivemos macaqueando os americanos, também ficamos politicamente corretos, e um babaca aí agora está querendo uma lei proibindo piadas que possam ofender qualquer grupo, de qualquer tipo. Imagino o surgimento de um grupo antipiadas -- a Igreja Universal da Assembléia dos Homens Sérios -- registrado e, portanto, a proibição de contar qualquer piada, sob o risco de ofênde-lo.
Haverá piadas clandestinas, contrabandistas de piadas, transeiros de piadas, fornecedores de piadas árabes e judeu e presos inafiançáveis pelo delito de contar piadas. Puta o que o pariu, só falando assim, atraso, atraso. A aeromoça nos conheceu numa birosca de praia, quando passava as férias numa pousada em Porto Seguro, que não era moda como agora. Ela tomou umas batidinhas e acabou confessando que já estava meio dura, e aí Fernando e eu, já pensando em dar um bote, porque ela era um deslumbramento, olhos verdes, peitos e coxas na medida certa, uma voz grave enlouquecedora, enfim, ótima, ótima, uma verdadeira estátua grega de biquini, oferecemos lugar para ela, casa, comida, roupa lavada e ajuda no que precisasse, no sitiozinho que tínhamos alugado para a temporada. No começo, ela fingiu não querer, mas depois quis. E também fingiu que não gostava de pó, mas depois sentou a venta, como dizia o nosso amigo que cheirava Madalena. Na primeira noite em que cheiramos juntos, ela estava de shortinho meio frouxo e blusa por cima dos inenarráveis peitos, com os bicos que pareciam dois telescopiozinhos empinados para o céu, e eu fiquei ensandecida de tesão, passei o tempo todo alisando ela durante as conversas e, quando finalmente resolvemos dormir, eu entrei no quarto dela e deitei junto dela e enconstei na bunda dela, e ela veio com aquela conversa de que o negócio dela era homem. Mas isso com o sorriso sem-vergonha, que nem de longe me convenceu. Aliás, mulher que vive repetindo que o negócio dela é homem, o negócio dela é homem, está num caso análogo ao que minha avó denunciava -- a mulher que não se refere ao marido pelo nome, mas vive falando "meu marido", "meu marido". No primeiro caso, dedução minha, o negócio não é só "homem" e, no segundo caso, dedução de minha avó, o marido é corno. Ainda conversei um pouco e apertei os peitos dela, que tirou minhas mãos, mas daquele jeito safado de quem não quer que a gente tire realmente. Perguntei se, nesse caso, ela estava interessada em Fernando, mas ela disse que não, desta vez com firmeza, que ela pode não ter tencionado mostrar, mas eu notei logo. Está certo, tudo bem, vá dormir, durma bem."



"E, por uma questão de estratégia -- coisas sutis para as quais a gente tem talento natural e aperfeiçoa com a vida --, deixei ela sozinha no quarto e fui continuar a sacanagem com Fernando, até o dia começar a amanhecer. Não gosto de ver o dia amanhecer completamente, deve ser algum lixo católico qua eu carrego, me dá desconforto, culpa. Já desisti de combater isso há muito tempo, sempre vou para a cama antes que o dia amanheça, é mais cômodo do que dedicar a vida a tentar vencer uma neurose de merda. Como de hábito, não dormi durante muito tempo, apesar das bolinhas, e fiquei pensando nela. Eu tinha certeza de que ela queria que eu insistisse, mas não insisti; posso ser boba, mas nem tanto. Não sou boba, aliás. E assim se passou essa noite e a seguinte, até que, na terceira noite, depois que ela alegou sono e cansaço e foi para a cama sozinha novamente, eu passei de propósito pela porta do quarto dela, que estava quase completamente aberta e a luz do abajur lá dentro acesa. Ela não estava mais de shortinho e blusa, não estava vestindo nada, estava completamente nua, de bruços pernas em ângulo, pose clássica, aquela bunda inefável, aquela pele coberta de penugem dourada, e eu, é claro, não hesitei. Não podia haver a mínima dúvida de que ela estava ali me esperando para transar, por mais que pudesse dizer o contrário. Eu não ia deixar essa oportunidade passar levada por prudência babaca, já bastam as de que me arrependo por não ter caído em cima, hoje vejo como as barreiras eram bestas ou até fictícias. Nem parei para pensar. Fiquei também nua na porta do quarto, deixando as roupas caírem na entrada, e me insinuei por cima dela, que agiu como se estivesse acordando naquele momento, péssima atriz. Deitada em cima das costas dela, encaixada em uma das bochechas da bunda dela, já começando a me esfregar, pedi que virasse o rosto para trás para que eu a beijasse na boca, e ela virou...
Pronto, uma química jamais declarada baixou em Porto Seguro, meu Deus! Tudo funcionou como se tivéssemos nascido já fazendo tudo aquilo uma com a outra, até os gemidinhos dela compassavam com meus gemidões, nada deu errado, nenhum movimento se frustrou, ai, como foi bom, esta vida é muito injusta, quando nos traz essas lembranças. Penso nela como ela era então, não penso nela como deve estar hoje, me masturbo evocando aqueles dias com ela. Sem o momento, não existiriam nem a antecipação nem a lembrança, mas como os dois são melhores que o momento! Quando, depois de já termos gozado quase instantaneamente, eu na bunda dela e ela com meus dedos, vi o que minha mão já tinha adivinhado: ela tinha um tufo de pentelhos que só posso chamar de suntuoso, a visão mais hospedeira que já tive, adoro mulheres fartamente pentelhudas, não sou chegada às aparadinhas e raspadinhas, que são muito comuns no Nordeste. E nos Estados Unidos também, é engraçado. E também não aprecio esses pentelhos que ficam como uma crista, raspados certeiramente junto às virilhas, parecendo a cabeça de um índio seminole ou o topo do capacete de um centurião romano de cinema. Está certo, é para usar o biquíni, mas não é necessária aquela precisão, podia ser uma coisa menos definida, mais dégradée, menos brutal. Ou então deixar os pentelhos saírem pelos lados do biquini, ou até por cima, é bem mais sofisticado, embora requeira classe. Ela era perfeita nesse sentido, aquele monte de Vênus amplo e generoso, aqueles pêlos lãzudos e macios. Refocilei a cara nesse tapete que até agora sinto em meu rosto e vivemos horas de abraços, esfregadas e gozo, um atrás do outro, como só as boas mulheres sabemos fazer. Aliás, entramos num delírio tal que Fernando, sozinho, sozinho, abrindo ao acaso revistas pornográficas para tentar adivinhar se ele ainda ia comer Beltrana ou Sicrano e enchendo a cara, apareceu no quarto e também ficou nu e, apesar de broxado, não envergonhou. Nos transformamos num novelo e, no fim, Fernando entrou em rebordosa e ficou numa paudurisia inaudita, comeu nós duas e gozou na boca dela. Isso se repetiu até as férias dela acabarem e, no fim, ela nos disse misteriosamente que era casada e, por mais que tentássemos, nunca mais a vimos, mas eu não a esqueço como a mulher que eu mais gostaria de ter tido sempre ao pé, para a gente se comer.
Como ela me chupava! Mulher sempre chupa xoxota muito melhor do que homem, que geralmente acha que sua língua é uma espécie de pênis desarvorado e que pode sugar um clitóris ignorando os próprios dentes cheios de arestas, como quem está tomando refrigerante de canudinho, com raiva do conteúdo. E ela me chupava com classe e um toque, não sei bem como dizer, um toque de devoção. Respirava fundo, se aconchegava entre minhas coxas, me segurava delicadamente na bunda, respirava fundo outra vez, me cobria de beijos nas virilhas, fechava os olhos e me levava ao céu, ao céu! Não posso nunca me esquecer do dia em que ela começou a me chupar no sofá, e eu resolvi que naquela hora preferia a cama e, não sei como, ela conseguiu me seguir até a cama sem tirar a boca de mim com os olhos fechados e eu gozei torrencialmente logo em seguida. Não sei se posso dizer, porque não vejo razão para rejeitar o rótulo de libertina pervertida e devassa, se já tive paixonite a sério por alguém, mas, se já tive, foi por ela. Uma vez, Fernando fora de casa, comendo uma carioca grãfina que havia aparecido com um marido altamente babaca e nós duas em casa, eu deitada num tapete, e ela, usando um roupão felpudo de Fernando sem nada por baixo, fez que ia passar por cima de minha cabeça e parou bem acima de minha cara com as pernas levemente abertas e aquele bocetão irresistível, na penumbra em torno de meus olhos. Toquei nos quadris dela, e ela, como se tivéssemos combinado antes, sentou na minha cara, que sensação insubstituível e incomparável! Como era aveludada, como era acolhedora, como tinha os cheiros certos! Como era submissa da maneira mais encantadora, pronta para fazer tudo o que eu quisesse, do jeito que eu quisesse, na hora em que eu quisesse, tudo com uma naturalidade que parecia que a vida sempre tinha sido assim, desde que o mundo era mundo. Não sei, não sei mesmo como descrever o que havia entre mim e ela, até o jeito como ela se livrou do roupão nessa hora é inimitável. Ela me chamou de meu amor, meu amor, minha tesão, minha dona, minha ídola, meu tudo, minha vida e, ai como eu a chupei, como chupei tudo dela, até que ela, falando as coisas mais sublimes que podem ser ouvidas, gozou como uma loba divina uivando, gozou mais, suspirou com aqueles olhões que davam vontade de mergulhar e pediu que roçássemos entrelaçadas até morrermos, e naturalmente que morremos um pouco. E depois continuamos a nos roçar e eu pedi que ela me desse a língua toda para eu enfiar na minha boca e, enquanto isso, que girasse a bunda para eu alisá-la, e ela passou a me chupar novamente, eu já sem fôlego e sem vontade de ser mais coisa nenhuma neste mundo, a não ser nós duas, diluídas no meio do universo e trocando nossos corpos. Quando falo nisso, fico um pouco -- um pouco, não, muito -- excitada e me arrependo por não tê-la perseguido o resto da vida. É claro que o negócio dela não era homem, era eu mesma. Podia não ser só eu mesma, mas eu fazia parte importante do negócio dela. Os outros participantes certamente houve ou há, mas não podem ter sido melhores com ela na cama do que eu."

Clarice Lispector...

O que dizer sobre Clarice Lispector? A responsabilidade é grande. Estava ouvindo o CD onde a atriz Aracy Balabanian narra os contos da escritora. O conto "Encarnação Involuntária" é algo que não se lê ou ouve impassível. A sensação que se tem é que Clarice pega seu braço e quando você percebe, está lá, no mundo dela.

Muitos tentaram definir Clarice :

Antônio Callado a definiu como enigmática.
Carlos Drummond de Andrade como um mistério.
O jornalista Paulo Francis como insolúvel.
E Otto Lara Resende disse : "Ela não fazia literatura, mas bruxaria."

Em uma conversa informal com o jornalista José Costelo, Otto, disse :
"Você deve tomar cuidado com Clarice. Não se trata de literatura, mas de bruxaria."

Um dia lá foi convidada para um Congresso de Bruxaria em Bogotá. Perguntem se ela foi ? Foi. E disse : "Não sou bruxa", mas era. Clarice tinha superstições e crenças. Quais ? Bem, ela acreditava no poder dos números 5, 7 e 13. Pedia à sua melhor amiga, Olga Borelli, que datilografava seus escritos : "Por favor, datilografa os meus contos dando 7 espaços entre os parágrafos".

Quem se atreve a definir esta mulher? Definitivamente, não posso.

Clarice, enigmática...



Foi muito elogiada ao viajar a Belo Horizonte e disse :
"Muito elogio é como botar água demais na flor. Ela apodrece."
Quem mais poderia ser tão "Clarice" do que a própria Clarice ?!?!


Clarice, mistério...



Em Maio de 1976, espalha-se o boato de que a escritora não mais receberia jornalistas. José Castello, biógrafo e escritor, nessa época trabalhando no jornal "O Globo", mesmo assim telefona e consegue marcar um encontro. Após muitas idas e vindas é recebido. Trava então o seguinte diálogo com Clarice:

J.C. — "Por que você escreve?"
C.L. — "Vou lhe responder com outra pergunta: — Por que você bebe água?"
J.C. — "Por que bebo água? Porque tenho sede."
C.L. — "Quer dizer que você bebe água para não morrer. Pois eu também: escrevo para me manter viva."


Clarice, insolúvel...


Clarice, pelo pintor De Chirico


Clarice conta às irmãs sobre sua pintura : "Hoje de tarde posei a última vez para De Chirico (pronuncia-se De Quírico). Ele é famoso no mundo inteiro. Tem quadros em quase todos os museus: certamente vocês já viram reproduções dos quadros dele. O meu é pequeno; está ótimo, uma beleza, com expressão e tudo. Ele cobra muito caro como é natural, mas cobrou menos. E enquanto estava pintando apareceu um comprador. Ele naturalmente não vendeu... Mas veio com uma história de fazer dois quadrinhos para eu escolher."


"Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento. Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Eu sou uma pergunta."

sábado, 7 de janeiro de 2006

Esmeralda...

A música que toca sua alma, desperta seus desejos e transforma seu corpo. Seu coração bate quase descompassado a tantas sensações e fluidos. Não pude deixar de lembrar que Rosa Passos já fez canção sobre seu nome, que diz:"Seus olhos verdes pareciam dois faróis..."

Me deixas louca
(Elis Regina)
(Armando Mansanero)

"Quando caminho pela rua lado a lado com você
Me deixas louca
E quando escuto o som alegre do teu riso
Que me dá tanta alegria, me deixas louca
Me deixas louca quando vejo mais um dia
Pouco a pouco entardecer
E chega a hora de ir pro quarto escutar
As coisas lindas que começas a dizer
Me deixas louca
Quando me pedes por favor que nossa lâmpada se apague
Me deixas louca
Quando transmites o calor de tuas mãos
Pro meu corpo que te espera
Me deixas louca
E quando sinto que teus braços se cruzaram em minhas costas
Desaparecem as palavras, outros sons enchem o espaço
Você me abraça, a noite passa
E me deixas louca
Sinto os teus braços se cruzando em minhas costas
Desaparecem as palavras, outros sons enchem o espaço
Você me abraça, a noite passa
E me deixas louca."

As diferenças....

Esse país é grande, continental. Temos diversidades no clima, culturas, sotaques, mas somente uma língua. E isso é que dá liga a essa salada. Existem até teses Sociológicas sobre a grande diversidade desse país. João Ubaldo Ribeiro, em seu livro, Viva o Povo Brasileiro, detalha muito bem isso. E quando vi essas imagens, primeiro caí na risada, depois percebi que define exatamente o que somos. O norte, o sul, o leste e o oeste, dentro da mesma diversidade. Mas, aqui entre nós? São hilárias :