quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Piratas Lésbicas: Anne Bonny e Mary Read - III

Mulheres Infames

Apesar desta suposta descoberta do verdadeiro sexo de "Mark", Anne e Mary (a quem parou de chamar a si mesma de "Mark"), ficaram inseparáveis, e ambas alternavam-se em vestir roupas masculinas e femininas. No devido tempo pegaram o comando de outro navio, e os navios-de-guerra foram enviados para capturar "aquelas mulheres infames."

Navio de Anne Bonny e Mary Read


Elas abandonaram todo cuidado e invadiram numerosos navios. E uma das vítimas de seus atos de pirataria foi a rainha real, numa embarcação de propriedade de um antigo amante de Anne,Chidley Bayard, e comandada por um tal capitão Hudson. Nesta ocasião Anne seduziu Hudson e trouxeu-o a bordo de seu navio, drogou-o com seu vinho ao invés de dormir com ele, e espalhou secretamente os gatilhos dos pinos de acendimento dos canhões com água. Ela deixou-o na manhã seguinte, e então retornou a seus piratas. Os pistoleiros da rainha real foram incapazes de abrir o fogo e foram capturados fácilmente. Somente o capitão Hudson foi morto, de outra maneira não haveria derramamento de sangue, isso por ciúmes de Mary. Finalmente Anne e Mary foram capturados pelo capitão Barnet. No calor desta batalha final seu grupo as abandonou, ficando todos eles debaixo do deck do navio e recusando-se a lutar (rs). Assim Mary disparou em dois de seus próprios homens, e feriu Calico. Mas isto deu uma hora a mais para que o grupo inteiro de Barnet pudesse subjulgar as duas mulheres. Elas e seu grupo pirata foram trazidos à julgamento em St Jago de la Vega, na Jamaica, e culpados por pirataria em 28 de novembro de 1720, e sentenciados à forca. Anne e Mary rapidamente "defenderam suas barrigas" e foram perdoadas (rs). Este era um pedido comum entre mulheres sentenciadas à morte, a ponto que nenhuma corte enforcaria a vida de um inocente embora estivesse por nascer - apesar de nenhuma das duas estivessem realmente grávidas(rs). Anne visitou o Calico antes que fosse enforcado, e dito "estou triste por ver você nessa situação, mas se vc tivesse tenho lutado como um homem não teria que agora morrer como um cão." Mary morreu de uma febre contraída na prisão, e Anne apenas desapareceu.


Moeda Cunhada em homenagem a Anne Bonny


Uma história improvável é que casou-se e retornou a Charleston - onde ela ainda deveria estar sendo procurada incêndio culposo, tentado parricida e conspiração à autoridade do rei.

Moeda Cunhada em homenagem a Mary Read


Uma história ainda mais improvável é que entrou em um convento de freiras. A literatura pirata não é anotada com exatidão, e nunca houve toda uma completa pesquisa sobre as vidas de Anne Bonny e de Mary Read. Suas histórias, como aquela de todos os piratas, foi tratada como um pregador sobre a qual a imaginação burguesa pode enforcar seu desejo de mobilidade, conseguir de modo ilegal lucro e dependência romântica. E como toda história de alta aventura, essa vem em versões extensamente diferentes, de acordo com o capricho do historiador ou novelista ou autor dramático. Como Steve Gooch disse, "todo local tem uma história e um mito e dependem do que você quer fazer com dele." A história que eu contei acima parece ser a mais exata que nós pudemos recolher dos documentos mais originais da época. A evidência de sua homossexualidade não é assim bem defenido como nós pudemos desejar, e a maioria eram bisexual, assim o termo "lésbicas" não é estritamente exato. Algumas histórias mais ou menos substanciadas declaram que ambas as mulheres foram criadas com roupas de menino, e que havia uma sub-cultura gay prosperando em New Providence; homens homosexuais certamente fugiram de perseguições em lugares tais como Amsterdam, e podem ter ido parar em New Providence.

Em todo o caso, nós devemos levar em consideração o comportamento com seus amantes masculinos, e como crianças, com seu divertimento óbvio em vestir-se com roupas masculinas, e no fato que agiram juntas como um casal e obviamente amarem uma a outra; assim a evidência sugere que devem ser relevantes para qualquer história de experiência lésbica.

O episódio em que Calico Jack descobre as duas juntas na cabine, com pelo menos uma delas na cama sem roupas, tornou-se mais preocupante para os historiadores (heterosexuais) que deviam ter visto algo nisso ! Sobretudo, é impar que as únicas duas piratas mulheres nos registros da históricos deviam ter terminado juntas, e nós não podemos levemente admitir seu amor óbvio um pela outra. Elas são essencialmente um casal e é impossível ignorar totalmente o ambiente lésbico de seu relacionamento.


Fim da Série.

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Piratas Lésbicas: Anne Bonny e Mary Read - II

"Mark" Read

Se eventualmente seu grupo decidiu aceitar o perdão, que foi feito mais fácilmente por Rogers do que obter um perdão especial para Anne, assim eles finalmente retornaram a New Providence pacificamente. Lá Anne encontrou-se com Mary Read - que usava o pseudônimo de "Mark" Read. A mãe de Mary há muito tempo atrás, na Inglaterra, vestia sua filha como um menino e fingindo assim que era seu filho com Mark, a fim assegurar a herança dos avós paternos de Mary, que era reservado para o menino. Mary veio eventualmente preferir tanto seu papel masculino que sua mãe deserdou-a. Ela então tornou-se aprendiz de sapateiro, foi então que ela fugiu para juntar-se ao exército como um soldado. Ela casou com um soldado e juntos abriram três ferroarias (ferraduras para cavalos). Mas após três anos, seu marido morreu e ferrroarias faliram, assim ela novamente voltou a vestir roupas de homem e passou a assinar com um mercador holandês chamado Mark Read. O navio em que estava foi capturado por piratas ingleses, a quem ela convenceu se juntar, logo depois foi-lhe dado o perdão em New Providence e encontrou-se com Anne Bonny.

Aproximadamente nesta época Anne e Mary onde já travaram rapidamente uma amizade - o marido de Bonny, James, reapareceu reclamando sua esposa, isto é, sua propriedade. Ele a sequestrou e trouxe-a amarrada e nua diante do governador, acusando-a de felonia (crime sério, como assassinato ou incêncio) e de abandonar seu marido. Ele sugeriu o "divórcio pelo leilão", uma punição mais indulgente, esperando lucrar com rendimentos de tal ação. Mas Anne recusou ser, como ela mesma disse, “comprada e vendida como um porco ou o gado”; de fato ela mesma expressou veementemente que nenhum comprador ousou diantar-se reivindicar tal "hellcat" (uma senhora com temperamento feroz).


Anne Bonny e Mary Read (Biblioteca Pública de Nova York)


O governador foi forçado a libertá-la na condição de que ela retornasse ao seu senhor legal, mas James, que somente queria o dinheiro, fugiu com medo da tempestade que tinha causado. Mary tinha persuadido Anne a não atirar no Governador. Mas ao invés disso, juntas, prepararam-se dentro da corveta a perseguição a James; ele escapou depois de uma perseguição agradável (sic), mas elas queimaram seu negócios com as tartarugas em terra. No devido tempo, o grupo pirata de Anne foi refeito, com Anne e “Mark” constantemente juntas a bordo do navio. Esta intimidade despertou o ciúme de Calico Jack, que ameaçou cortar a garganta de “Mark”, porém ele explodiu um dia na cabine com apenas isto em mente, foi quando descobriu Mary estendida na cama diante de Anne, não inteiramente vestida e visivelmente uma mulher. Alguns historiadores (homens) nos fizeram acreditar que somente minutos antes, Anne tinha rasgado as roupas de Mary, e ela mesma tinha descoberto o verdadeiro sexo de “Mark”. Isto é altamente improvável. As duas mulheres já tinham sido íntimas tempos atrás e por demasiado tempo - e compartilharam de um estilo de vida tão difícil que - não tinha como não ter estado familiarizadas inteiramente uma com o sexo da outra. (E mesmo Mary se fingindo ser um homem, certamente Pierre (o amigo gay de Anne) teria descoberto a verdade há muito tempo atrás). O fato de retirar do episódio as partes consideradas incedentes (bowdlerization) e as tentativas de "explicar isso de outro modo" são típicos de como este par ousado é tratado ; Anne Bonny freqüentemente aparece na literatura para crianças - e em algumas caixas de cereais do tipo Shredded Wheat - onde ela é convencionalmente parecida e "normalizada" ao ser retratada como meramente uma senhora de um capitão pirata, ao invés da líder que ela realmente era.

Anne, Mary e Calico


Continua....

domingo, 12 de novembro de 2006

Transpiração

"Pois toda essa beleza que ti veste ...
...vem do meu coração que transpira.
O meu bem é bem melhor que tudo posto."

(William Shakespeare)

O ciúme

"Só vigia um ponto negro: o meu ciúme.
O ciúme lançou sua flecha preta.
Sobre toda estrada, sobre toda sala.
Paira, monstruosa, a sombra do ciúme."

(Caetano)

Piratas Lésbicas: Anne Bonny e Mary Read - I

Iniciando a série "Personagens Lésbicas Históricas", vou falar sobre Anne Bonny e Mary Read.
Século 18, 1720, duas piratas sendo julgadas por pilhagem em alto mar. Acreditem, existiram.
Deliciem-se com suas estórias verídicas e percebam que estamos no século 18, onde a mulher só era permitido abaixar a cabeça, falar somente o necessário e era propriedade e posse de seus pais e depois eram "repassadas" para seus maridos.
Coragem demais para a época. Leiam e tirem suas conclusões.

A História de Anne Bonny e Mary Read

"Nosso conhecimento histórico destas duas mulheres é baseado principalmente na descrição feita pelo capitão Charles Johnson (provavelmente um pseudônimo para Daniel Defoe) em "A General History of the Robberies and Murders of the Most Notorious Pirates", publicado em 1724 logo depois que Anne e Mary foram trazidas à julgamento por pirataria em mar aberto.

Capitão Charles Johnson ou "Daniel Defoe"


Primeiramente vamos ouvir Anne Bonny, nascida Anne Cormac, em 1697 ou 1705 (existem dúvidas sobre sua data de nascimento), na cidade de Corn, na Irlanda, e foi criada até os treze anos de idade no Porto de Charleston, na Carolina sul, no mundo novo da pré-Independência. Embora a filha de um rico advogado e de um proprietário de plantações, seu cabelo vermelho era cortado curto, sua cara era suja, e seus hábitos eram brutos. Conforme uma das notas do historiador, Anne "cresceu amarrada, e era menima exaltada, de um temperamento feroz e corajoso" que mais de uma vez lhe deixou em situação complicada e dolorosa, como quando ela matou sua empregada doméstica inglesa com uma faca. Mas aparte dos ataques ocasionais de seu temperamento era uma filha boa e obediente.

É difícil separar a lenda dos fatos sobre a vida de Anne Bonny. A única coisa que podemos ter certeza é que Anne Bonny era uma mulher forte e independente, e que estava à frente do seu tempo. Século 18, quando ainda era época que o homem tomava todas as decisões importantes, e época em que as mulheres não tinham direitos. Neste mundo masculino, era difícil para Anne Bonny tornar-se um membro da equipe e respeitada pirata.

A idade exata do nascimento de Anne não é conhecida, porém a maioria dos historiadores acham que ela nasceu em Kinsale, Condado de Cork, na Irlanda em 1697. Ela era filha ilegítima do um advogado William Cormac e de sua empregada, Mary Brennan. A esposa de William fez de seu adultério público, assim depois de perder sua reputação, William com sua nova esposa e filha recém-nascida decidiu deixar a Irlanda e iniciar sua carreira de advogado novamente. Eles compraram uma plantação.

Depois de perder sua mãe quando ainda era adolescente, Anne foi tomada conta pela empregada doméstica. Existem muitas estórias sobre seus 10 anos de idade; alguns dizem que Anne assassinou a empregada com uma faca, e existem outras que dizem sobre um homem jovem que ela colocou no hospital por diversas semanas, depois de sua tentativa fracassada de agressão sexual contra Anne.


Anne Bonny

Aproximadamente cinco anos mais tarde, nós vimos novamente Anne, vista freqüentando os tavernas do porto, acompanhada de vários bucaneiros, e existem histórias que um pretendente foi hospitalizado por um mês depois que ela bateu uma cadeira em cima dele. E uma certa vez, usou sua espada para publicamente despir seu mestre-de-esgrima, botão por botão.(rs)

Gravura da época retratando Anne Bonny


Seu pai deserdou-a quando ela fugiu com o amante James Bonny; por vingança, ela queimou sua plantação, em seguida fugiu para a Britânia, um porto controlado de New Providence (a atual capital Nassau das Bahamas), uma enseada para piratas como Blackbeard e Capitão Kidd. Logo em sua chegada, ela estabeleceu-se rapidamente atirando na orelha de um marinheiro bêbado que só tinha uma orelha (rsss) e que a impediu que desembarcasse. Então, num curto espaço de tempo, ela descartou seu marido, e foi viver com o pirata Capitão Jennings e sua amante Meg. Foi aconselhada a conseguir alguma proteção masculina (afinal estamos no Século XVIII), e então transformou-se na amante de um tal "Chidley Bayard", o homem mais rico da ilha. Mas finalmente, como era de se esperar, ela abandonou Bayard pelo pirata John "Calico Jack" Rackham, chamado assim por causa das grandes listras de cima abaixo em suas calças de patchwork que vestia. Embora tivessem tido um filho, essa criança desapareceu misteriosamente, e foi sugerido que Calico Jack fosse a New Providence como seu amante como também oficial responsável pelo Capitão Vane.

Anne Bonny retratada hoje


Outros amigos homens de Anne eram com certeza gays - como por exemplo, Pierre Bouspeut (chamado às vezes de Pierre Delvin ou Peter Bosket, ou simplesmente "Pierre, o pirata homossexual") - que trabalhou numa loja de café, trajando um vestido, porque ele era um designer de roupas finas de veludo e de seda. A dupla, Anne e Pierre conseguiram a palavra de um rico mercador francês de carregar os materiais caros em seu navio, e juntos organizaram seu primeiro ataque. Com a ajuda de alguns amigos de Pierre, eles roubaram um barco abandonado no porto, e cobriram generosamente as velas da embarcação, a plataforma e eles mesmos com sangue da tartaruga. No convés colocaram manequins do fabricante do vestido de Pierre, vestiram-se com roupas de mulheres e espirraram sangue neles. Anne supervisonou esse pesadelo com um machado embebido de sangue, e eles remaram até o navio mercante. Quando o grupo do navio mercante avistou o aquele navio "demoníaco" sob a luz da lua cheia, ficaram horrorizados e impedidos de reagir e entregaram a carga de sua embarcação sem que fosse necessário travar uma única luta. (rs)

Atos menos teatrais de pirataria eram naturalmente mais comuns no porto, e o capitão Woodes Rogers no devido tempo, tentou segurar o poder e a jurisdição em relação ao governo britânico conseguindo o perdão do Rei para todos seus piratas que se submeterem à reforma. Mas Anne recusou, sabendo que não poderia perdoar o tentativa de assassinato contra seu pai. Ela, Calico Jack e Pierre quebraram um bloqueio que Rogers havia posicionado no porto. Como ? Para este feito, Anne despiu-se da cintura para cima como um amazona, e vestiu calças de veludo preto desenhados por Pierre; com uma mão descansando sobre o punho de sua espada, e a outra acenando com um longo chale de seda para um governador aturdido e confuso, e desse jeito ela navegou "com tão bom gosto como qualquer fina senhora que está sendo avistada por uma viagem longa pelo oceano." Tão Logo ela estabeleceu sua posição a bordo no navio, disparando contra um marinheiro cujas as intenções tornaram-se ofensivas para ela. Embora oficialmente ela fosse a segunda no comando, após Calico, que era o capitão do navio, ela tirou-o dos aposentos destinados ao Capitão do navio, ficando lá sozinha.(rs)

Continua ...

sábado, 11 de novembro de 2006

Acho que o matamos !!!

A beleza é um acordo entre o conteúdo e a forma.

Poemas de Elizabeth Bishop sobre Lotta

"Por que será que quando estou em Roma ...
...daria tudo para estar em casa na redoma,
...mas se estou na minha terra americana ...
...minha alma deseja a cidade italiana?
E quando com você, meu amor, meu remédio,
fico espetacularmente cheia de tédio.
Mas se você se levantar e me deixar, grito para você voltar.
"

Anônimo de Ana Cristina Cesar

Anônimo
Ana Cristina Cesar

"Sou linda; quando no cinema você roça
o ombro em mim aquece, escorre, já não sei mais
quem desejo, que me assa viva, comendo
coalhada ou atenta ao buço deles, que ternura
inspira aquele gordo aqui, aquele outro ali, no
cinema é escuro e a tela não importa, só o lado,
o quente lateral, o mínimo pavio. A portadora deste
sabe onde me encontro até de olhos fechados;
falo pouco; encontre; esquina de Concentração com Difusão,
lado esquerdo de quem vem, jornal na mão, discreta.
"

Nina Simone

Soube agora há pouco que não tenho uma música de Nina, Crazy. Deram-me a notícia à queima roupa, sem que eu tivesse nem a chance de respirar e tomar fôlego.

Fôlego? Respiração? Hummmm....rs

A canção Don´t Explain diz tudo...

Don't Explain
Nina Simone

Hush now, don't explain
There aint nothin' to gain
Im glad that your back
Dont' explain

Quiet baby, dont explain
There is nothing to gain.
Skip back the lipstick
Don't explain.

You know that i love you
And what love endures
All my thoughts of you
For i'm so completley yours
Don't want to hear folks chatter
Cause i know you cheat
Right n' wrong don't matter
When your with me my sweet..

Hush now don't explain
Daon't you know your my joy and your my pain.
My life is yours love
Don't explain

All my thoughts of you, for i'm so completley yours.
I don't want to hear nobody chatter
Cause i know you cheat,
Right n' wrong don't matter
When your with me my sweet.

Hush now, don't explain
Your my joy, your my pain
My life is yours love
Don't explain.


quinta-feira, 9 de novembro de 2006

A Casa....

...dos Budas Ditosos. Bem, quem leu o livro sabe do que se trata seu conteúdo. Quem não leu, a oportunidade é essa. Aqui mesmo no blog tem um post com uma amostra do livro. E aí? Vai ler ?

Amar é uma decisão, não um sentimento.

Essa mensagem foi enviada por uma amiga de SP, Mauá, a Paula. E agradeço-a pelo carinho e delideza. Ah! E entendi o que quis dizer, Paula. Obrigado.

"Diz um conto chinês que um jovem foi visitar um sábio conselheiro e disse-lhe sobre as dúvidas que tinha a respeito de seus sentimentos por sua jovem e bela esposa. O sábio escutou-o, olhou-o nos olhos e disse-lhe apenas uma coisa:
Ame-a. E logo se calou.
Disse o rapaz: - Mas, ainda tenho dúvidas.
- Ame-a, disse-lhe novamente o sábio.
E diante do desconcerto do jovem, depois de um breve silêncio, o sábio disse-lhe o seguinte:

- Meu filho, amar é uma decisão, não um sentimento. Amar é dedicação. Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o amor. O amor é um exercício de jardinagem. Arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado porque haverá pragas, secas ou excessos de chuvas, mas nem por isso abandone o seu jardim. Ame, ou seja, aceite, valorize, respeite, dê afeto, ternura, admire e compreenda. Simplesmente: Ame!

"A inteligência sem amor, te faz perverso.
A justiça sem amor, te faz implacável.
A diplomacia sem amor, te faz hipócrita.
O êxito sem amor, te faz arrogante.
A riqueza sem amor, te faz avarento.
A docilidade sem amor, te faz servil.
A pobreza sem amor, te faz orgulhoso.
A beleza sem amor, te faz ridículo.
A autoridade sem amor, te faz tirano.
O trabalho sem amor, te faz escravo.
A simplicidade sem amor, te deprecia.
A lei sem amor, te escraviza.
A política sem amor, te deixa egoísta.
A vida sem AMOR, não tem sentido."